Dúvidas sobre a Natamicina
Foi um dia de enxurradas de perguntas, ansiedade, dúvidas sobre a tal "fraude / antibióticos" no Vinho Brasileiro. Não devemos punir e ser injustos com a imagem de 737 vinícolas, pois foram apenas 13 as que utilizaram o produto.
(confira nesta postagem a relação das vinícolas que estão sendo investigadas:
http://vinhoearte.blogspot.com.br/2014/05/lista-de-vinicolas-caso-de-uso-de.html)
Antes de mais nada, esclareço o que penso: há uma lei, tem que ser cumprida.
É proibido o uso da natamicina em vinhos, então não se deve aplicar. Não deveria ser autorizada nem a sua comercialização. É sabido que a natamicina é amplamente usada em queijos/laticínios e países como a África do Sul permitem seu uso no vinho.
Sabe-se também que já foi muito encontrada em vários VINHOS FINOS vinhos argentinos e sul africanos.
É muito importante ressaltar que as amostras analisadas pelo Ministério da Agricultura são de VINHOS DE MESA - COMUNS, DE GARRAFÃO, COMO PREFIRA CHAMAR - E SUAVE. Nada tem a ver com os vinhos finos e está muito relacionado a vinhos que contenham altas quantidades de açúcar.
Para auxiliar aos meus leitores e amigos, busquei algumas informações e a mais didática está na Zero Hora de hoje, a qual replico aqui. Espero que possa ajudá-los a entender que é um problema pontual, os lotes já foram tirados de circulação.
Cabe aos "fraudadores" refletirem sobre como suas "pequenas" atitudes incorretas/ilegais podem causar não apenas mal a saúde, mas fazer um estrago a uma cadeia inteira, que há anos briga pela melhoria da qualidade e imagem do vinho brasileiro. Que paguem pelos seus erros.
Tim-tim!
Fonte:
(confira nesta postagem a relação das vinícolas que estão sendo investigadas:
http://vinhoearte.blogspot.com.br/2014/05/lista-de-vinicolas-caso-de-uso-de.html)
Antes de mais nada, esclareço o que penso: há uma lei, tem que ser cumprida.
É proibido o uso da natamicina em vinhos, então não se deve aplicar. Não deveria ser autorizada nem a sua comercialização. É sabido que a natamicina é amplamente usada em queijos/laticínios e países como a África do Sul permitem seu uso no vinho.
Sabe-se também que já foi muito encontrada em vários VINHOS FINOS vinhos argentinos e sul africanos.
É muito importante ressaltar que as amostras analisadas pelo Ministério da Agricultura são de VINHOS DE MESA - COMUNS, DE GARRAFÃO, COMO PREFIRA CHAMAR - E SUAVE. Nada tem a ver com os vinhos finos e está muito relacionado a vinhos que contenham altas quantidades de açúcar.
Para auxiliar aos meus leitores e amigos, busquei algumas informações e a mais didática está na Zero Hora de hoje, a qual replico aqui. Espero que possa ajudá-los a entender que é um problema pontual, os lotes já foram tirados de circulação.
Cabe aos "fraudadores" refletirem sobre como suas "pequenas" atitudes incorretas/ilegais podem causar não apenas mal a saúde, mas fazer um estrago a uma cadeia inteira, que há anos briga pela melhoria da qualidade e imagem do vinho brasileiro. Que paguem pelos seus erros.
Tim-tim!
Fonte:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/05/tire-suas-duvidas-sobre-a-fraude-no-vinho-gaucho-4490469.html
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que é a natamicina?
É um antibiótico utilizado para eliminar fungos. É empregado em medicamentos como colírios, por exemplo, e o uso em alimentos é permitido no Brasil apenas na crosta de queijos e na superfície de embutidos, em dosagens controladas que não oferecem risco. Mas não deve estar presente na parte interna destes alimentos.
Qual o efeito da natamicina pode provocar misturada no vinho?
O uso permanente e em dosagens mais elevadas do que o tolerado pode levar a um aumento progressivo da resistência a antibióticos. Aos poucos, a substância pode eliminar os micro-organismos mais sensíveis e preservar os mais resistentes. Assim, pode reduzir o efeito esperado de um medicamento quando necessário.
A natamicina pode provocar alguma doença?
Não, apenas aumentar a resistência de alguns micro-organismos a antibióticos. Em caso de uso prolongado e em doses altas, pode dificultar o combate a uma doença.
Em que dosagem a natamicina foi misturada aos vinhos?
Não se sabe. O Ministério da Agricultura informou que o exame apenas indica se a substância está ou não presente no vinho, mas não indica em qual concentração.
Os vinhos adulterados ainda estão à venda?
A superintendência do Ministério da Agricultura no Estado informou que foram retiradas do mercado todas as garrafas dos lotes que apresentaram resultado positivo para a substância proibida. Exames feitos em outros lotes ainda estão à espera do resultado.
Foto: Roni Rigon, Agência RBS, BD 29/06/2007
Quantas garrafas foram adulteradas?
O Ministério da Agricultura não soube informar.
Posso ter tomado vinho contaminado. Há algo que deva fazer?
Não, segundo o professor de Microbiologia Clínica da UFRGS Alexandre Fuentefria. Não há necessidade de adotar qualquer procedimento.
As 13 empresas flagradas continuam produzindo?
Sim. Os lotes que tiveram contaminação comprovada foram retirados do mercado, mas as empresas seguem produzindo. Elas serão julgadas, poderão receber multa e outras punições decorrentes de processos cíveis e criminais. Caso sejam flagradas novas adulterações podem ser interditadas.
Há risco em consumir produtos destas empresas?
Não há comprovação, mas o Ministério da Agricultura decidiu divulgar os nomes das empresas flagradas para que os consumidores tomem as precauções que considerem necessárias, como deixar de comprar produtos delas. Os lotes comprovadamente contaminados foram tirados de circulação, mas novas análises de outros produtos ainda não ficaram prontas.
Há um tipo mais seguro de vinho para beber?
Em relação à contaminação específica por natamicina, sim. O risco é maior nos chamados vinhos suaves, que contêm açúcar — o que favorece a multiplicação de fungos, segundo o professor de Controle de Qualidade de Alimentos e Microbiologia de Alimentos da UFRGS Eduardo Tondo. A natamicina é empregada para eliminar esses fungos e evitar que a bebida volte a fermentar. Empresas de boa qualidade, segundo o Ministério da Agricultura, conseguem contornar esse problema por meio de sistemas de produção e filtragem mais adequados.
Outras empresas podem estar fraudando o vinho?
Não há comprovação até o momento. Há cerca de 680 empresas vinícolas no Estado. Destas, cerca de 200, segundo a Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, produzem vinho suave (sujeito ao uso da natamicina). Foram fiscalizadas 53 destas empresas, das quais 13 (24,5%) acabaram flagradas usando a substância proibida. A fiscalização deu prioridade às indústrias sob maior suspeita de usar o produto. Novas fiscalizações podem ou flagrar outras empresas.
*O enólogo João Cainelli escreve comentando: o termo antibiotico se refere ao utilizado para seres vivos, a natamicina é um antifungico somente, nada tem a ver com bacterias em alimentos.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que é a natamicina?
É um antibiótico utilizado para eliminar fungos. É empregado em medicamentos como colírios, por exemplo, e o uso em alimentos é permitido no Brasil apenas na crosta de queijos e na superfície de embutidos, em dosagens controladas que não oferecem risco. Mas não deve estar presente na parte interna destes alimentos.
Qual o efeito da natamicina pode provocar misturada no vinho?
O uso permanente e em dosagens mais elevadas do que o tolerado pode levar a um aumento progressivo da resistência a antibióticos. Aos poucos, a substância pode eliminar os micro-organismos mais sensíveis e preservar os mais resistentes. Assim, pode reduzir o efeito esperado de um medicamento quando necessário.
A natamicina pode provocar alguma doença?
Não, apenas aumentar a resistência de alguns micro-organismos a antibióticos. Em caso de uso prolongado e em doses altas, pode dificultar o combate a uma doença.
Em que dosagem a natamicina foi misturada aos vinhos?
Não se sabe. O Ministério da Agricultura informou que o exame apenas indica se a substância está ou não presente no vinho, mas não indica em qual concentração.
Os vinhos adulterados ainda estão à venda?
A superintendência do Ministério da Agricultura no Estado informou que foram retiradas do mercado todas as garrafas dos lotes que apresentaram resultado positivo para a substância proibida. Exames feitos em outros lotes ainda estão à espera do resultado.
Foto: Roni Rigon, Agência RBS, BD 29/06/2007
Quantas garrafas foram adulteradas?
O Ministério da Agricultura não soube informar.
Posso ter tomado vinho contaminado. Há algo que deva fazer?
Não, segundo o professor de Microbiologia Clínica da UFRGS Alexandre Fuentefria. Não há necessidade de adotar qualquer procedimento.
As 13 empresas flagradas continuam produzindo?
Sim. Os lotes que tiveram contaminação comprovada foram retirados do mercado, mas as empresas seguem produzindo. Elas serão julgadas, poderão receber multa e outras punições decorrentes de processos cíveis e criminais. Caso sejam flagradas novas adulterações podem ser interditadas.
Há risco em consumir produtos destas empresas?
Não há comprovação, mas o Ministério da Agricultura decidiu divulgar os nomes das empresas flagradas para que os consumidores tomem as precauções que considerem necessárias, como deixar de comprar produtos delas. Os lotes comprovadamente contaminados foram tirados de circulação, mas novas análises de outros produtos ainda não ficaram prontas.
Há um tipo mais seguro de vinho para beber?
Em relação à contaminação específica por natamicina, sim. O risco é maior nos chamados vinhos suaves, que contêm açúcar — o que favorece a multiplicação de fungos, segundo o professor de Controle de Qualidade de Alimentos e Microbiologia de Alimentos da UFRGS Eduardo Tondo. A natamicina é empregada para eliminar esses fungos e evitar que a bebida volte a fermentar. Empresas de boa qualidade, segundo o Ministério da Agricultura, conseguem contornar esse problema por meio de sistemas de produção e filtragem mais adequados.
Outras empresas podem estar fraudando o vinho?
Não há comprovação até o momento. Há cerca de 680 empresas vinícolas no Estado. Destas, cerca de 200, segundo a Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, produzem vinho suave (sujeito ao uso da natamicina). Foram fiscalizadas 53 destas empresas, das quais 13 (24,5%) acabaram flagradas usando a substância proibida. A fiscalização deu prioridade às indústrias sob maior suspeita de usar o produto. Novas fiscalizações podem ou flagrar outras empresas.
*O enólogo João Cainelli escreve comentando: o termo antibiotico se refere ao utilizado para seres vivos, a natamicina é um antifungico somente, nada tem a ver com bacterias em alimentos.
Comentários
Um abraço!