Coluna Zero Hora - Março

Ícones do Chile

O Chile foi desenhado para elaborar grandes vinhos. Protegido ao norte pelo Atacama, ao sul pela Patagônia, ao oeste pelo Pacífico e a leste pela Cordilheira do Andes, é cenário perfeito para produção de inúmeras frutas, principalmente a uva, protegido de pragas. Terremotos, atividades vulcânicas e a influência do oceano criaram uma infinidade de microclimas. Seja mais proximo dos Andes ou ao mar, os enólogos buscam conhecer mais suas terras. Em recente visita ao Maipo, Colchagua e Curicó, percebi o avanço tecnológico e o estudo da Carménère, uva símbolo do país. Conhecer o terroir, conjunto de características de clima, solo e planta, faz surgir vinhos de diferentes categorias e estilos. Mário Geisse, da Casa Silva, destaca toda a dedicação e estudo dos microterroirs, vinhos únicos de grande personalidade, e o controle do ponto de maturação de todos seus vinhedos, que se dá pela comparação de degustação de uvas, análises de laboratório e fotografias aéreas. Buscam vinhos menos herbáceos, equilibrados, agradáveis. Marcelo Retamal, da vinícola De Martino, se dedica aos novos vales, como Elquí e Limarí, estudando manchas de solo, proximidade com os rios e o estilo que cada variedade demonstra nestes locais. A preservação da natureza também ganha espaço: usar o mínimo de defensivos, máquinas, mantendo um ambiente natural e seguro são princípios de vida. Na Almaviva, a mescla do estilo francês, um terroir especial para Cabernet Sauvignon e a mais alta tecnologia faz surgir este vinho único. Em 2008, segundo a revista Wine Spectator, o vinho do ano, a nível mundial, foi Clos Apalta, outro ícone chileno. Sem dúvida, um país repleto de vales ainda desconhecidos, que começam a ganhar reconhecimento na mídia internacional e cada vez mais atenção na adega dos consumidores.

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