Quinta dos Avidagos, uma nova estrela do Douro

UMA NOVA ESTRELA NO DOURO
Quinta dos Avidagos
( http://www.quintadosavidagos.com)

Uma típica noite de outono nos esperava na cidade do Porto. Uma leve chuva, um friozinho que convidava a provar um bom vinho. Previamente agendado, o destino era o Costume Bistrô, que começa a se destacar na
gastronomia contemporânea desta cidade tão clássica. Para harmonizar, o tema era "Quinta dos Avidagos", um projeto que reúne quatro propriedades localizadas próximas a Régua, no Alto Douro Vinhateiro.



 Pedro Tamagnini, um dos proprietários, nos recepcionou e detalhou os conceitos de qualidade, pequena produção e excelência que tem buscado em cada nova linha de vinho. Falou do cultivo difícil das vinhas na
região, do clima e das características do terroir. 


Para iniciar, provamos o Quinta dos Avidagos Branco, acompanhado de Aspargos com presunto laminado, cogumelos shitaki e espuma de batata trufada. As uvas clássicas do Douro entram na composição deste vinho, o que combinou muito bem com o toque particular da trufa. 


Como primeiro prato, uma delicada Trouxinha de Robalo, acompanhada de Tapenade de Azeitonas e mousseline de Couve Flor supreendeu aos convidados: mesmo sendo um peixe, os sabores exóticos que o chef agregou ao prato pediram um vinho com mais corpo. 





Foi servido então o Avidagos Tinto e o Quinta dos Avidagos Reserva. Neste, a madeira é presente, bem como o frutado típico dos vinhos do Douro, fazendo uma combinação interessante com o prato. Seguindo o ritual do Menu Degustacion, veio um "Naco de novilho com molho Barrosã". Um prato mais forte, mais
intenso. A escolha então foi optar entre dois clássicos: o Quinta dos Avidagos Grande Reserva ou Quinta do Além Tanha, a grande surpresa da noite. 

Elaborado com vinhas de mais de sessenta anos, cultivadas em solos xistosos, tem 25% de Touriga Nacional e as demais uma mescla natural do vinhedo entre as variedades Tinta Amarela , Tinta Roriz ,
Tinta Barroca , Touriga Franca , Tinta Carvalha, Rufete e Grand Noir.


Muito persistente, é um vinho para longa guarda e uma bela promessa para figurar entre os "cult wines" da região. A sobremesa veio para fechar esta grande noite: seguindo conceitos de gastronomia moderna,
sem perder essência de terroir, o chef surpreendeu a todos com uma Espuma de Requeijão com compota de abóbora e pinhões. Estes elementos da mais simples e autêntica cozinha portuguesa foram reelaborados de forma artística e conceitual. Além de "comfort food", pois são alimentos que trazem sabores da memória, da infância, o toque final de combinação com o Porto Quinta dos Avidagos, que ainda não é comercializado, foi muito pontual. 

Não há melhor recepção em um país do que a sua mesa, seus vinhos. Portugal é sempre um passeio único e o Douro, surpreendente.

(Coluna publicada no Jornal Vinho & Cia em 2011)

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