O Vinho e a Páscoa

"Tomai, todos, e bebei:
este é o cálice do meu Sangue,
o Sangue da nova e eterna aliança,
que será derramado por vós e por todos,
para remissão dos pecados.
Fazei isto em memória de Mim".

O vinho é uma bebida sagrada na sua essência. É filosófico desde a planta: a videira desenvolve-se em solos pobres, complexos. Cresce e se fortalece com podas, adversidades. Seu fruto tem que ser "interpretado": tem a melhor hora para ser colhido, carece de processos e entendimentos para mostrar o seu melhor. Tudo isto aliado ao tempo, pois são minutos que definem a qualidade de uma fermentação como anos de envelhecimento para o aprimoramento dos aromas. "Como as pessoas e o tempo: os bons apuram, os maus se perdem".

O vinho é amplamente citado na Bíblia, desde parábolas, rituais e mero elemento da alimentação.

O ato de brindar e beber o vinho se consolida em uma das passagens mais tristes da trajetória de Jesus Cristo, a Santa Ceia e toda a simbologia de despedida da vida material, da horrível crucificação e martírio que viria pela frente. Sempre me marcou o fato do brinde com os amigos mesmo sabendo da possível traição, da confraternização cheia de lições de humildade, memórias, objetivos, em meio a toda a tensão, incertezas e medo que os jovens apóstolos estavam vivendo.

Nesta Páscoa, mais do que "brindar na Sexta-feira Santa" (quando, na verdade, o convite não é "a festa dos frutos do mar" nem "festival do Bacalhau", mas um ato de jejum, reflexão, evitando comer coisas pesadas), abra seus vinhos em tom de confraternizar, amar, compartilhar. Reze e deseje boas energias a seus amigos, sua família, reflita sobre sua vida, ressurgindo em um domingo cheio de luz e amor.

Páscoa é ressurreição, não perca este espírito nem a oportunidade de se "renovar".

Uma ótima semana a todos!


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